Exposição “Prometheus fecit: terra, água, mão e fogo” – inauguração na Galeria Ogiva - Óbidos

Exposição “Prometheus fecit: terra, água, mão e fogo” – inauguração

Fevereiro 20

   

 

Inaugura, no dia 20 de fevereiro, sexta-feira, às 18h45, na galeria novaOgiva, em Óbidos, a exposição de cerâmica “Prometheus Fecit: terra, água, mão e fogo”. A mostra estará patente até dia 5 de abril de 2015.
Entre a Galeria novaOgiva e o Museu Municipal de Óbidos, onde os artistas estabelecem um diálogo com a pintora Josefa d’Óbidos, vamos encontrar o trabalho desenvolvido por 15 artistas portugueses e brasileiros que descobriram na cerâmica uma outra forma de expressar a sua sensibilidade e arte, contribuindo para um (re)olhar a cerâmica como um material nobre, sensível, versátil que dá cor e forma ao mundo.
Os trabalhos apresentados nestes dois espaços resultam de um labor na Fábrica de Cerâmica PP& A – São Bernardo, em Alcobaça, em 2014, onde 15 artistas estabeleceram ligação com materiais tão nobres e longínquos, criando um conjunto de obras que reposicionam a arte da e na cerâmica.
Artistas: Albuquerque Mendes, Beatriz Sanchez, Horta Correia, Bela Silva, Catarina Branco, Carolina Paz, Estela Sokol, Fábio Carvalho, Gabriela Machado, Graça Pereira Coutinho, Isaque Pinheiro, Jorge Abade, Luis Nobre, Maria Pia Oliveira e Sofia Castro.
A exposição tem como curadora, Maria de Fátima Lambert:
“Os processos de residências artísticas, na era do contemporâneo, propiciam a reconquista da experiência em que a permanência e a duração são incentivos pretendidos. Numa época em que as tarefas, desempenhos e situações se concatenam (quase sem intervalos de pensamento), na exigência de respostas quase imediatas, demora e decorrência são privilégios para os artistas e demais operadores culturais. A conceção, criação e produção de obras foi desenvolvida durante a permanência de 15 artistas, consolidando o projeto que foi localizado, pela segunda vez, na Fábrica de Cerâmica PP & A – S. Bernardo, Alcobaça. Em 2010/2011, sob impulso de Graça Pereira Coutinho concretizou-se a primeira etapa deste processo, que abarcou 6 artistas e culimou na exposição “Poder do Fazer” no Museu Nacional do Azulejo em Lisboa.
Em 2014, reuniu-se um grupo de artistas portugueses e brasileiros, procedendo de diferentes contextos e formações, “chegados” de viagens transatlânticas ou deslocando-se de cidades portuguesas. Tal confluência proporcionou contextos inesperados de experiência e pensamento; promoveu diálogos e confrontos; impulsionou novas articulações poéticas e concetuais. Associou-se técnica e criatividade, refletindo intencionalidades e decisões diferentes, por parte dos artistas e dos outros protagonistas que os visitaram durante as estadias.
As obras realizadas durante a residência – numa profusão que ultrapassou qualquer expetativa – apresentam-se, agora, na exposição coletiva patente entre a Galeria novaOgiva e o Museu Municipal de Óbidos.
Numa geografia onde a água e a terra propiciaram – desde tempo e memórias longínquos – a dimensão alquímica da cerâmica, o desenvolvimento das residências dos 15 artistas portugueses e brasileiros, adquiriu consistência e interesse acrescidos, prevendo-se que futuramente “alastre”.

Maria de Fátima Lambert
(Curadoria da Exposição)