Na obra de Catarina Branco existe uma
permanente tensão entre a memória do lugar e a experiência transitória que a
artista enfrenta, como um desafio, nas viagens que faz. Muitas destas viagens
podem ser interpretadas como metáforas de viagens interiores onde resgata
símbolos, figuras ou ações que têm uma estreita relação com práticas e crenças
humanas que não dependem de um geografia fixa.
As obras da série “Acúmulo” particularizam este
aspeto do seu trabalho, em que a acumulação ou a junção de elementos
provenientes de diversas fontes vão construindo um atlas do fazer que a sua
prática artística vai revelando sob novos significados e novas presentificações
da memória. Esta “memória” é uma vontade e um desejo de exteriorização ligada à
diáspora açoriana, mas também às derivas que todos nós empreendemos na nossa
relação com o mundo. Assim, estas obras transitam de uma condição singular,
ligada ao lugar onde a artista trabalha, para uma instância mais vasta e
universal, sem perder de vista a sua materialidade originária mas
constituindo-se como ponte para outras para metamorfoses.
João Silvério
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Acúmulo - papel- dimensões variáveis - 2015 |
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Acúmulo - papel- dimensões variáveis - 2015 |
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Acúmulo - papel- dimensões variáveis - 2015 |
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Acúmulo - papel- dimensões variáveis - 2015 |
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Acúmulo (pormenor) - papel- dimensões variáveis - 2015 |
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